Em 19 de janeiro de 2009, com o "cessar-fogo" quase que definido, o jornal Estado de São Paulo, em seu site, na parte de opinião, publicou um artigo de Dennis Lerrer Rosenfield, (professor de Filosofia da UFRGS), intitulado Falsos Humanistas em que, dentre outras coisas, contesta a diferença entre "sionismo" e "semitismo" feita pelo Hamás, por alguns intelectuais(que segundo ele não usam o intelecto - Norman G. Finkelstein, Noam Chomsky, Jeff Halper, Gerson Kinnispel estão todos errados), por setores do jornalismo - a mídia quase toda deturpa as infromações em favor de Israel, se uma parte faz o contrário, é passível de crítica mesmo - e pelo PT ( que só quer aparecer fazendo pose de esquerda pra conseguir uns votinhos, assim como todos os partidos políticos), dizendo que a crítica ao sionismo é uma demonstração antissemita. Semita, de acordo com o ponto de vista dele, refere-se ao judaísmo. Com essa lógica ele se iguala àqueles que pregam o ódio incondicional aos judeus, mesmo os defendendo. E se de acordo com esse raciocínio não há diferença entre o movimento sionista e o povo semita, alguém pode supor que os judeus/semitas estão há 60 anos sufocando os palestinos, que os judeus/semitas não respeitam as determinações da ONU, que os judeus/semitas usurparam 78 % do território dos palestinos, que os judeus/semitas ocupam o território dos autóctones daquela região - há seis décadas, que os judeus/semitas derrubam as casas de inúmeros palestinos os obrigando muitas vezes a trabalhar na construção de uma moradia para um colono israelense (bem mais luxuosa, muitas vezes com piscina) em seu antigo terreno, que os judeus/semitas usam bombas de fósforo contra pessoas inocentes, que os judeus/semitas usaram uma bomba nova contra os palestinos (Explosivo de Metal Denso Inerte ), que os judeus/semitas atiram em mulheres desarmadas acenando bandeira branca, pois antes da criação do Estado de Israel, judeus e muçulmanos viviam em paz. Conforme o pensamento desse filósofo , tudo o que o Estado de Israel já fez, tanto com o Líbano como com a Palestina, é obra dos semitas e qualquer crítica que se faça a tais ações, é "antissemitismo". Ele cita um líder do movimento negro para reafirmar isso:" Martin Luther King já dizia que o antissionismo é o novo disfarce do antissemitismo". Quando Martin Luther King falou isso (se é que falou), certamente não tinha a dimensão exata do que estava por se tornar para os palestinos a criação forçada do Estado de Israel, estava muito fresco o infortúnio passado pelos judeus nas mão dos nazistas. Se Martin Luther King se opunha à Guerra do Vietnã, há de se supor que se oporia a este extermínio perpretado por Israel.
Da mesma maneira que os estadonidenses monopolizaram a condição de "americanos" - não é comun, nós, latinos, sermos chamados de americanos - a maioria dos israelenses e boa parte dos judeus monopolizaram a condição de "semita". Todo o povo que vive ou é oriundo de Sem, tanto os hebreus como os árabes, são semitas. Portanto, o Hamás, os palestinos e os árabes no geral, não são antissemitas, pois se assim fosse, seriam "anti-si-mesmo". O filósofo fala de uma carta de 1988 do Hamás, sendo que este já mudou seu discurso, admitindo a existência do Estado de Israel.
Da mesma maneira que os estadonidenses monopolizaram a condição de "americanos" - não é comun, nós, latinos, sermos chamados de americanos - a maioria dos israelenses e boa parte dos judeus monopolizaram a condição de "semita". Todo o povo que vive ou é oriundo de Sem, tanto os hebreus como os árabes, são semitas. Portanto, o Hamás, os palestinos e os árabes no geral, não são antissemitas, pois se assim fosse, seriam "anti-si-mesmo". O filósofo fala de uma carta de 1988 do Hamás, sendo que este já mudou seu discurso, admitindo a existência do Estado de Israel.
Não se trata de uma defesa incondicional o Hamás, mas é muito difícil distinguir os palestinos "comuns", dos integrantes do Hamás (que são 'militantes', não soldados), visto que o combate às ações de Israel é generalizado. Até mesmo as crianças (de tanto ver seus pais, irmãos mais velhos, tios, mães, amigos... sendo humilhados), com pedradas, combatem o exército. A diferença é que o Hamás tem uns torpedos que, comparados ao poderio militar de Israel, mais parecem rojões. O fato é que o Hamás foi eleito pelo voto do povo e tem o apoio dos palestinos, pois o grupo não negocia fazendo concessões ao governo israelense, como sempre fez o Fatah. O hamás está longe de ser democrático, libertário, mas não dá para compará-lo com o exército israelense e americano que atuam por motivações bem diferentes em defesa da colonização e do império. O hamás tem um discurso religioso assim como o exército israelense, a diferença é que está se defendendo, tentando libertar seu povo. Se depois de ter feito isso vir a reprimir os palestinos, serei o primeiro a criticá-lo.
Dennis Lerrer fala que o Hamás usa os "civis" como escudo humano para comover a opinião pública, deve ser por isso que o exército israelense atacou a própria ONU - daqui uns dias vão dizer que o Hamás havia sequestrado os membros da entidade e, com o intuito de salvá-los, o exército fez o ataque. No fim do século XIX, Theodor Herzel, fundador do sionismo, sugeriu aos russos que intensificasse a perseguição aos judeus para que eles emigrassem de vez rumo à Palestina. Tem mais, o holocausto é um grande álibe para os sionistas, quem usa a morte de civis em seu favor é o Estado de Israel para ocupar territórios, não o Hamás.
Sem distinção nenhuma, ele diz que "mesquita não é mesquita, escola não é escola, universidade não é universidade, da mesma forma que libertação não é libertação. São centros de armazenamento de armas, foguetes, refúgios de terroristas, além de locais de endoutrinação e treinamento", quem que ele chama de fundamentalista?
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