O novo premiê israelense, Binyamin Netanyahu, disse nesta terça-feira, pouco antes de tomar posse, no Knesset (o Parlamento de Israel), que o seu governo quer um "acordo permanente" com os palestinos e a paz com todo o mundo árabe e muçulmano. Netanyahu, porém, evitou dizer se endossará a criação de um Estado palestino.
De acordo com Netanyahu, no seu "acordo definitivo", os palestinos "disporão de todos os direitos para se governar a si mesmos, salvo os suscetíveis de constituir um perigo para a segurança e a existência do Estado de Israel".
No discurso, Netanyahu ainda afirmou que a cultura islâmica é "grande e rica", mas que o "islamismo radical está tentando nos erradicar [aos israelenses]". "Estamos determinados a acabar com o terrorismo em todas as direções e a lutar até o final", disse Netanyahu, que já apontou o Irã como seu principal desafio.
"Israel sempre, e agora mais que nunca, buscou a paz incondicional com o mundo árabe e muçulmano, e hoje essa vontade está apoiada no interesse conjunto de Israel e dos árabes de combater o obstáculo do fanatismo, que ameaça todos nós."
Netanyahu assume nesta terça-feira o governo de Israel com uma coalizão marcada pelo temor dos efeitos causados pela presença da ultradireita e dos ultraortodoxos, a participação reticente do esquerdista Partido Trabalhista e um racha ainda não solucionado dentro de seu próprio partido, o conservador Likud.
Olmert
No Knesset, a cerimônia de posse do novo governo de Israel começou com um discurso do premiê, Ehud Olmert, que falou sobre os três anos de mandato --durante os quais ocorreram as grande ofensivas do Líbano, de 2006, e da faixa de Gaza, no fim de 2008. "Eu deixo a chefia de Governo sem o mínimo ressentimento."
Em seu discurso, Olmert definiu o Exército israelense como o "mais moral do mundo", em referência às acusações de crimes de guerra, afastadas nesta segunda-feira (30).Olmert chegou à chefia de governo em janeiro de 2006 após o derrame sofrido pelo então premiê israelense Ariel Sharon. Dois meses depois, ele conquistou sua vaga nas eleições gerais.
No ano passado, Olmert chegou a renunciar ao cargo devido a acusações de corrupção, mas acabou convencido a permanecer até que o sucessor fosse escolhido.
Inchado
Netanyahu assume a chefia de governo mediante críticas pelo tamanho do seu gabinete, o maior da história do país. O governo de Netanyahu terá 30 ministros e seis vice-ministros.
Cargos
Menos de uma hora antes do início da cerimônia de posse do novo governo, o deputado do Likud Silvan Shalom aceitou o cargo de vice-premiê e ministro do Desenvolvimento Regional, o que põe fim ao risco de uma cisão neste partido.
Netanyahu se viu obrigado a fazer malabarismos nas últimas semanas para encaixar os integrantes mais destacados de seu partido no novo Governo, depois de ter feito generosas concessões às principais legendas da coalizão: o Israel Beiteinu (extrema-direita), o Partido Trabalhista e o ultra-ortodoxo sefardita Shas.
O líder trabalhista, Ehud Barak, continuará liderando o Ministério da Defesa; enquanto Avigdor Lieberman, presidente do Israel Beiteinu, será chanceler.
Netanyahu destinou o Ministério das Finanças para o parlamentar do Likud Yuval Steinitz, mas manteve a estratégia de política econômica. Só duas mulheres farão parte do governo de Netanyahu --Limor Livnat, do Likud, nova ministra de Cultura e Esportes; e Sofa Landver, do Trabalhista, na pasta de Imigração e Absorção.
Com Efe e Associated Press
Um comentário:
Engraçado que não mencionaram nada sobre a volta dos milhões de refugiados, sobre a retirada dos colonos, a derrubada do muro da vergonha, a retirada das tropas que estão matando a torto e a direito em Gaza, sobre a abertura das fronteiras...ou seja, os israelenses querem paz, querem pápá, atirar nos palestinos!
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