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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O Oriente Médio nunca mais será o mesmo

O Oriente Médio nunca mais será o mesmo




20/9/2011, Robert Fisk, The Independent, UK – http://www.independent.co.uk/opinion/commentators/fisk/robert-fisk-why-the-middle-east-will-never-be-the-same-again-2357514.html



Os palestinos não conseguirão seu estado essa semana. Mas os palestinos provarão – se obtiverem votos suficientes na Assembleia Geral e se Mahmoud Abbas não sucumbir à sua subserviência característica ante o poder de EUA-Israel – que já fizeram por merecer ser estado. E estabelecerão para os árabes o que Israel gosta de chamar – enquanto amplia suas colônias em terra roubada – “fatos em campo”: nunca mais EUA e Israel estalarão os dedos e verão árabes bater continência perfilados. Os EUA perderam a aposta que fizeram para o Oriente Médio. Acabou: fim do “processo de paz”, do “mapa do caminho”, do “acordo de Oslo”. Esse fandango já é história.



Pessoalmente, acho que “Palestina” é estado-fantasia, já impossível, agora que Israel já roubou quase toda a terra dos árabes, para os projetos coloniais israelenses. Quem duvidar, que dê uma olhada na Cisjordânia. Colônias em massa, exclusivas para judeus, as daninhas restrições que impedem palestinos de construírem casas de mais de um piso, e a destruição, como castigo, do sistema de esgotos urbanos, os “cordões sanitários” ao lado da fronteira com a Jordânia, as estradas exclusivas para colonos israelenses, tudo isso converteu o mapa da Cisjordânia em pára-brisa esfacelado de carro detonado. Às vezes, suspeito que a única força que impede que haja ali a “Grande Israel” é a obstinação daqueles palestinos incansáveis.



Mas, agora, se fala afinal de temas maiores. Essa votação na ONU – na Assembleia Geral e no Conselho de Segurança; em certo sentido, nem faz diferença – dividirá o ocidente: EUA de um lado; árabes, de outro. Abrirá em fendas as divisões que há dentro da União Europeia, entre europeus do leste e europeus do oeste; entre Alemanha e França (Alemanha apoiando Israel pelas razões históricas de sempre; a França atormentada pelo sofrimento dos palestinos). E, claro, será como cunha cravada entre Israel e a União Europeia.



Décadas de poder, brutalidade e colonização, pelos militares israelenses; milhões de europeus, já conscientes da responsabilidade histórica que pesa sobre eles pelo holocausto de judeus e conhecedores da violência das nações muçulmanas, já não se deixam acovardar na crítica, por medo de serem ofendidos, acusados de antissemitismo. Há racismo no ocidente – e temo que sempre haverá – contra muçulmanos e africanos e judeus. Mas as colônias israelenses na Cisjordânia nas quais não podem viver árabes palestinos muçulmanos são o quê, além de expressão de racismo?



Israel sofre parte dessa tragédia, é claro. O insano governo israelense levou os israelenses por esse caminho de perdição, que se viu adequadamente sintetizado no medo que lhes causou a democracia na Tunísia e no Egito. O principal aliado de Israel é hoje a Arábia Saudita, o que é caso exemplar de toda essa insensatez. E a cruel recusa, por Israel, a desculpar-se pela matança de nove turcos, ano passado, em ataque contra a Flotilha da Paz em Gaza, e de cinco policiais egípcios durante incursão de palestinos em Israel.



Por tudo isso, adeus aos únicos aliados que Israel ainda tinha na região, Turquia e Egito, no curto espaço de 12 meses. No governo de Israel há hoje gente inteligente, potencialmente equilibrados, como Ehud Barak, e loucos, como o ministro dos Negócios Exteriores Avigdor Lieberman (...). Sarcasmos à parte, os israelenses merecem coisa melhor.



O estado de Israel talvez tenha sido criado por ato injusto – a Diáspora Palestina é prova disso – mas foi criado por ato legal. Os fundadores foram perfeitamente capazes de construir acordo com o rei Abdullah da Jordânia depois da guerra 1948-49 para dividir a Palestina entre judeus e árabes. Mas foi a ONU, que se reuniu para decidir o destino da Palestina dia 29/11/1947, quem deu a Israel sua legitimidade, com EUA como primeira nação a votar a favor de criar-se o estado de Israel. E agora – por uma suprema ironia da história –, Israel quer impedir que a ONU garanta legitimidade aos árabes palestinos e os EUA serão a primeira nação a votar contra essa legitimidade justa.



Israel não tem direito de existir? É a velha armadilha, estupidamente repetida pelos assim ditos “apoiadores de Israel”, também para mim, pessoalmente, muitas vezes repetida, embora, ultimamente, cada vez menos frequentemente. Cabe aos estados – que não são seres humanos – assegurar a outros estados o direito de existir. Para que indivíduos façam a mesma coisa, é indispensável que considerem um mapa. Porque, afinal, onde, exatamente, geograficamente, fica Israel?



Israel é a única nação do planeta que não sabe e não diz onde está sua fronteira leste. Acompanha a velha linha do armistício da ONU, a fronteira de 1967, que Abbas tanto ama e Netanyahu tanto odeia? Exclui toda a Cisjordânia palestina menos as colônias exclusivas para israelenses... Ou exclui toda a Cisjordânia?



Mostrem-me mapa do Reino Unido que inclua Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte, e o Reino Unido tem direito de existir. Mas mostrem-me mapa do RU que pretenda incluir no RU os 26 condados da Irlanda independente e mostre que Dublin seria cidade britânica, não cidade irlandesa, e direi não: essa nação não tem direito de existir nessas fronteiras inchadas. No caso de Israel, aí está a razão pela qual quase todas as embaixadas ocidentais, inclusive as embaixadas dos EUA e da Grã-Bretanha, estão instaladas em Telavive, não em Jerusalém.



No novo Oriente Médio, com o Despertar Árabe e a revolta de povos livres que exigem dignidade e liberdade, esse voto da ONU – aprovado pela Assembleia Geral, vetado pelos EUA se for para o Conselho de Segurança – constitui uma espécie de pino que faz girar tudo que a ele esteja ligado: vira-se aí uma página, e marca-se também o fracasso do império.



A política externa dos EUA tornou-se de tal modo presa a Israel, tão temerosos, tão assustadiços ante Israel tornaram-se quase todos os deputados, deputadas, senadores e senadoras dos EUA – a ponto de amarem mais Israel que os EUA –, que os EUA, essa semana, deixarão de ser a nação que gerou Woodrow Wilson e seus 14 princípios de autodeterminação, não o país que combateu o nazismo e o fascismo e o militarismo japonês, não o farol da liberdade que, como nos dizem, os seus Pais Fundadores representaram –, e se revelarão ao mundo como estado autista, intratável, acovardado, cujo presidente, depois de prometer novo afeto ao mundo muçulmano, é forçado a apoiar uma potência ocupante contra um povo que nada pede além do reconhecimento do estado independente ao qual tem perfeito direito.



Será o caso de dizer “pobre velho Obama”, como eu disse em outros tempos? Acho que não. Bom de retórica, vão, superficial, distribuindo fingido respeito em Istanbul e no Cairo poucos meses depois de eleito, essa semana o mesmo Obama comprovará que a reeleição parece-lhe mais importante que o futuro do Oriente Médio; que sua ambição pessoal de continuar no poder supera, em importância, os sofrimentos de um povo que sobrevive sob ocupação. Nesse específico contexto, chega a ser bizarro que alguém que se apresenta como homem de tão altos princípios aja tão covardemente. Para o novo Oriente Médio, onde árabes exigem para eles os mesmos direitos e liberdades dos quais Israel e EUA dizem-se campeões, é tragédia profunda.



Na fonte de tudo estão os fracassos dos EUA, que não se ergueram para enfrentar Israel e que não insistiram em obter acordo de paz justo na “Palestina”, atrelados ao herói da guerra do Iraque, Blair. Os árabes também são responsáveis, por terem permitido que as ditaduras durassem tanto tempo, tentando conter dunas de areia com falsas fronteiras, velhos dogmas e petróleo (e que ninguém acredite que alguma “nova” “Palestina” seria um paraíso para seu próprio povo).



E Israel também é responsável, porque é dever de Israel acolher respeitosamente o pedido dos palestinos que requerem à ONU que reconheça o estado palestino e que cumpra todas as suas obrigações de garantir, com o reconhecimento, como de tantos outros estados-membros, segurança e paz também aos palestinos.



Mas nada disso acontecerá. O jogo está perdido. O poder político dos EUA no Oriente Médio essa semana será sacrificado aos pés de Israel. Servicinho vagabundo, esse, dos EUA, em nome da liberdade.

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Estado Palestino e Processo de Paz

Moisés Storch

De São Paulo

O pedido de adesão dos palestinos à ONU é mais que legítimo. Já em 1947, a ONU sancionou a partilha da Palestina entre um Estado Judeu e um Estado Árabe. A mesma resolução internacional que legitimou a criação do Estado de Israel, legitima igualmente a construção de um Estado Palestino.

À época daquela decisão da ONU, palestinos e países árabes, em bloco, recusaram a partilha. Por muito tempo pregaram o boicote e a destruição de Israel. Em meados dos anos 70, esta rejeição começou a se dissolver, o que levou à assinatura de acordos de paz de Israel com Egito e Jordânia. O reconhecimento mútuo da OLP e Israel, em 1993, criou condições para uma partilha negociada e a coexistência de dois Estados - Israel e Palestina.

Veja também:

» Pressionar EUA na ONU é única alternativa dos palestinos, opina Salem Nasser

A Liga Árabe aprovou uma proposta, em março de 2002, onde todos seus membros estabeleceriam relações pacíficas com o país, sob a condição de Israel recuar de todos os territórios ocupados em 1967. Jerusalém Oriental seria a capital do Estado Palestino e o problema dos refugiados palestinos teria uma solução acordada com Israel conforme a Resolução 194 da ONU (a redação deste aspecto é um tanto dúbia, mas poderia ser esclarecida logo no início das eventuais conversações).

O governo Sharon simplesmente ignorou a proposta (que vige até hoje), assim como a Iniciativa de Genebra (www.pazagora.org/genebra), onde personalidades israelenses e palestinas chegaram a um acordo não-oficial que oferecia soluções de compromisso para cada tema crítico do conflito.

O atual presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, antes de suceder Yasser Arafat, já condenava publicamente os ataques terroristas palestinos (posição rara àquele tempo). A principal plataforma na sua eleição, que sempre honrou, é a busca da solução de dois Estados, mediante negociações com Israel. Vários de seus ministros participaram ativamente da Iniciativa de Genebra.

Abbas, certamente, é o melhor interlocutor potencial para se chegar a um acordo de paz. Mas praticamente não encontrou eco nas autoridades israelenses. E jamais houve governo tão averso ao diálogo quanto o atual.

Hoje, com a longa estagnação do processo de paz, o pedido de admissão na ONU é uma cartada arriscada, mas talvez não haja outra forma de assegurar a calma na Cisjordânia, face ao contínuo avanço dos assentamentos judeus sobre terras palestinas.

O clima crescente de frustração dos palestinos, que apostaram na promessa de Abbas construir um Estado, pode hoje resultar numa "primavera" árabe-palestina que ameace o governo da Fatah (partido de Abbas) e fortaleça o Hamas e outros grupos extremistas que pregam a destruição de Israel. Se Abbas cair, é muito grande a probabilidade de uma nova Intifada.

A ida à ONU talvez seja o último recurso pacífico, neste momento, para o reinício das negociações e a construção efetiva do Estado árabe-palestino, dada a obstinação do governo Netanyahu em boicotar o processo de paz e prosseguir na política suicida de ocupação da Cisjordânia.

É vital que Israel adote atitudes imediatas e decisivas para catalizar positivamente este momento delicado e histórico. Caso não haja o atendimento mínimo dos legítimos anseios do povo palestino, a violência explodirá.

A política externa de Israel, conduzida pelo ultra-direitista Avigdor Lieberman, tem sido absurdamente autodestrutiva. Israel, cada vez mais isolado acaba de perder seus principais aliados no Oriente Médio, Egito e Turquia. Se as relações exteriores do país continuarem seguindo este modelo, a perspectiva será desastrosa.

As centenas de milhares de israelenses, que têm ido às ruas protestar contra o governo Netanyahu/Lieberman, começam a correlacionar seu empobrecimento com os enormes investimentos de dinheiro público canalizados para os assentamentos na Cisjordânia ocupada.

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A ocupação está destruindo Israel e o processo de paz.

Ministro–Chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, apóia Ato em prol do Estado Palestino em Foz do Iguaçu



“O Brasil já reconhece a criação do Estado Palestino, conforme as fronteiras de 1967, incluindo a Cisjordânia, a Faixa de Gaza, e Jerusalém Oriental.Nossa expectativa é de que a Assembléia-Geral da ONU efetive também este reconhecimento”


Mônica Nasser- Assessora de imprensa da Mesquita de Foz do Iguaçu

Obs: para assistir o ato completo em Video acesse : http://vimeo.com/29352021




Há 64 anos está sendo postergada a tão sonhada criação do Estado da Palestina. Quando foi criado pela ONU o Estado de Israel, deveria ter sido também criado o Estado da Palestina. A causa Palestina hoje já virou uma luta mundial em prol da liberdade de um povo que tem sido impedido de viver como uma nação livre e soberana. Para lembrar esta questão mundial, um Ato realizado no mundo inteiro ganhou força em vários estados do Brasil, como RGS, RJ, PR e SP.

Em Foz do Iguaçu, a segunda maior colônia muçulmana do País, a manifestação reuniu diferentes credos, etnias, autoridades e representantes de inúmeras entidades na busca da paz e de uma solução para o conflito.Os participantes se reuniram no centro da cidade, 20 de setembro, às 17h, para o ato em prol do reconhecimento do Estado Palestino, uma visão compartilhada pelo Governo Federal e pela presidente, Dilma Rousseff. Uma expectativa que segue até o dia 23, quando o presidente da Palestina, Mahmoud Abbas entrega ao Conselho da ONU o pedido para o recuo de Israel do território ocupado.

Para um dos líderes religiosos presentes, o Chaikh Mohsin Alhassani, da Mesquita Omar Ibn Al-Khattab de Foz do Iguaçu, a ação ajuda e incentiva a sociedade internacional. “É como a promessa da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, em apoiar este pedido justo e ninguém duvida disto, e da importância desta ação.Convidamos a mídia, e todas as pessoas com ética e conscientes da sua responsabilidade no mundo, a estar junto conosco e não somente nesta simbólica manifestação. Sabemos o sabor da democracia aqui no Brasil, e o valor da justiça.Nós andamos de cabeça erguida, e é isto que queremos para o povo palestino também, eles têm o direito à sua liberdade”, completou Alhassani.

Para o porta voz dos palestinos em Foz do Iguaçu, Nasser Hassan Ashkar, o ato mostra o apoio que a causa Palestina recebe de todo o mundo. “Hoje já são mais de 100 países reconhecendo o Estado da Palestina, e isto vem fortalecer e muito o pedido da Autoridade palestina pelo reconhecimento do Estado, e por uma cadeira permanente na ONU. A nossa idéia é mostrar o grande apoio no mundo, e sabemos que o reconhecimento de dois Estados, um Israelense e outro Palestino, é o caminho para a paz.No caso de Israel, isto já esta concretizado, e pedimos pela Palestina e este pedido acontece no mundo todo.Estamos unidos aqui na tríplice fronteira em busca de paz”, finalizou.



Para o jornalista, Ali Farhat, a ação vai muito além. “É engano pensar e acreditar que estamos aqui fazendo um pedido por um povo sofrido, por uma pátria perdida, estamos aqui para declarar nossa responsabilidade pela justiça a tempo distorcida e pela pátria anulada e pelo ser-humano massacrado e por estas ações que fazem da morte uma rotina”.

O Governo Federal também esteve presente na manifestação com a presença de Joel de Lima, que veio representando o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek. “Eu trouxe uma manifestação do ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho.Queremos deixar claro o nosso apoio incondicional a esta causa palestina”, ressaltou Lima. Durante o Ato, Joel de lima leu o discurso de Gilberto Carvalho. “Apoiamos a criação de um Estado Palestino soberano e independente.O Brasil já reconhece a criação do Estado Palestino, conforme as fronteiras de 1967, incluindo a Cisjordânia, a Faixa de Gaza, e Jerusalém Oriental.Nossa expectativa é de que a Assembléia-Geral da ONU efetive também este reconhecimento em nome da comunidade internacional e seja coerente com o direito fundamental do povo palestino, de ter seu território, sua liberdade e sua autonomia de conduzir seu destino.Deixo um abraço fraterno, Gilberto Carvalho”.



Durante a manifestação crianças da Escola libanesa de Foz do Iguaçu cantaram pela paz. “Somos pessoas de diferentes etnias, crenças e pensamentos que nos unimos no senso de justiça e humanidade.É a nossa consciência política que nos impulsiona nesta nobre causa da defesa da autodeterminação de um povo. Infelizmente sabemos que o governo israelense não respeita as leis internacionais e age com imperialismo e sem respeito ao ser-humano. Estas manifestações são para mostrar que queremos um Estado Palestino soberano”, lembrou o integrante da comunidade islâmica, Adnan Al Sayed.





Para o Chaick Muhammad Khalil, da Sociedade Beneficente Islâmica de Foz do Iguaçu, as manifestações são feitas há anos em prol da liberdade dos palestinos. “É para que o Oriente Médio conviva com harmonia, mas quem impedi esta convivência e esta paz, e este amor entre os povos, é o egoísmo das autoridades internacionais.Este momento é uma manifestação modesta, mas que será marcada na história de Foz do Iguaçu, é uma medalha para nossa cidade que é um símbolo da paz, da liberdade, e da harmonia entre todos os cidadãos e os povos”.





Um pouco da história



Essa história registra um fato importante a famosa conhecido como “a traição”.A Declaração de Balfour dava sinal verde ao projeto sionista, o que culminou com uma revolta árabe entre os anos 1920 e 1930. O resultado foram 5 mil palestinos mortos, 10 mil feridos e quase 6000 presos. Uma limpeza étnica no período que antecedeu a criação do Estado de Israel, o sionismo e com o apoio do mandato britânico promovendo assim grandes massacres que prevalecem até os dias de hoje.

Em 1948, com a consolidação do projeto sionista, tem início a segunda fase da limpeza étnica, que tem como conseqüência mais de 800 mil palestinos expulsos de suas terras.

Em 1967, o Estado de Israel expande-se e ocupa praticamente 80% do território, incluindo Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental. O fato é considerado ilegal pela própria ONU.

No mundo há hoje em torno de 8 milhões de refugiados palestinos, cujo direito ao retorno, observado pelas Nações Unidas desde 1948, continua a ser negado.

Um muro em construção desde 2002, corta a Cisjordânia ao meio. Centenas de checkpoints e assentamentos sionistas, com estradas exclusivas proibidas a palestinos, é considerado um símbolo do apartheid no território ocupado.





Obama ignora completamente o povo palestino, diz Hamas

21 de setembro de 2011 • 16h26 • atualizado às 17h01



O grupo islâmico Hamas classificou o pronunciamento do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que discursou nessa quarta-feira na ONU, de tendencioso, ressaltando que a única forma da Palestina ser reconhecida como um estado é por meio da resistência e da luta armada.

"O discurso de Obama mostra que os EUA são claramente a favor de Israel e a ninguém surpreende que o presidente americano cite a todo momento a segurança israelense e o sofrimento do povo judeu, e ignore completamente o povo palestino", disse o porta-voz do Hamas, Fawzi Barhum.

No pronunciamento de Barack Obama, realizado durante a Assembleia Geral da ONU, o presidente insistiu que o reconhecimento do estado palestino deve acontecer mediante conversas diretas com Israel, sem atalhos.

A repercussão do discurso pode aumentar ainda mais a tensão na região. O porta-voz do Hamas recomendou que o líder da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, "termine o diálogo com Israel, pois a Palestina independente não virá por meio de negociações com a ONU, mas sim através da união nacional".

O deputado do grupo nacionalista Fatah, Mohammed Laham, declarou que o "discurso de Obama está infestado de ódio e é totalmente pró-Israel" em seu discurso na Assembleia Geral.

Apesar disso, o presidente da ANP deverá reivindicar o reconhecimento da Palestina no Conselho de Segurança das Nações Unidas em seu discurso na Assembleia Geral da entidade.

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