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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Israel ameaça ativistas que planejam chegar por via aérea

Guila Flint
Da BBC Brasil

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou que as forças de segurança do país vão barrar ativistas europeus e americanos pró-Palestina que deverão chegar nesta sexta-feira ao aeroporto de Ben Gurion, nos arredores de Tel Aviv, a caminho da Cisjordânia.

Netanyahu se reuniu nesta quarta-feira com ministros e comandantes da polícia no Aeroporto Internacional de Israel para coordenar as medidas que serão tomadas contra o que chamou de "flotilha aérea".

Os organizadores esperam que cerca de 700 de ativistas cheguem a Israel em voos comerciais para passar uma semana na Cisjordânia, onde devem participar de atos de solidariedade à criação de um Estado Palestino.

A viagem ocorre na mesma semana que os organizadores de uma flotilha para Gaza - que partiria da Grécia com cerca de dez barcos e 500 ativistas - admitiram o fracasso da iniciativa, que tinha o objetivo de furar o bloqueio israelense e atracar no porto do território palestino.

"Provocadores''

O ministro da Segurança Interna, Itzhak Aharonovitz, declarou que Israel "vai expulsar os arruaceiros que chegarem ao aeroporto Ben Gurion".
"Recomendo aos provocadores que não venham", disse. "Quero deixar claro que, como Estado soberano e democrático, não permitiremos propaganda, incitamento e manifestações ilegais, seja no aeroporto ou em qualquer outro lugar."

No entanto, os organizadores da viagem coletiva à Cisjordânia afirmam que seu objetivo é visitar os territórios palestinos e que não têm intenção de fazer manifestações no aeroporto israelense.
Tom Innes, porta-voz do grupo britânico que fará parte da visita, disse ao site israelense Ynet que não vê "razão alguma para que não me permitam ir a Belém".

Ele também afirmou que, desta vez, os ativistas não pretendem mentir às autoridades israelenses no aeroporto e que "dirão claramente que o objetivo da viagem é visitar a Palestina".

''Histeria''

Fontes oficiais disseram ao Ynet que as autoridades israelenses estão em um estado de "histeria" diante da chegada dos ativistas.

Segundo a imprensa local, nesta sexta-feira a segurança do aeroporto será reforçada de maneira significativa, com grande número de policiais e de agentes à paisana. As autoridades aeroportuárias também afirmaram que pretendem instruir aviões que chegarem da Europa a aterrissar em um terminal separado e que todos os passageiros serão interrogados e revistados.
De acordo com o ministro Aharonovitz, "os arruaceiros serão imediatamente expulsos".

Elza Rafbach, uma das organizadoras do grupo americano que participará da visita à Cisjordânia, disse que "chamar os ativistas de arruaceiros é ridículo, pois a maioria deles tem entre 50 e 60 anos".

Outra organizadora da visita, Lubna Massarwa, disse ao jornal Haaretz que não há "relação nenhuma" entre a flotilha para Gaza e o ato de solidariedade na Cisjordânia que, segundo ela, vem sendo planejado há mais de um ano.

A flotilha, considerada pelo governo israelense um ato de provocação para ajudar o Hamas (grupo palestino que controla Gaza), foi barrada pelas autoridades gregas e não conseguiu zarpar.
Acredita-se que o governo israelense exerceu pressões políticas sobre a Grécia para que impedisse a saída dos barcos de seus portos.

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